Tua ausência (13-10-10)
Partiste sorrateiramente
A pedido do senhor nosso Deus
E desde então a cada dia
Acordo na sua ausência
Ausência essa tola
Pois tenho o coração repleto
E talvez seja isso que tanto
Me sufoca
Esse sentimento vil
Que nada arrepende
Já que a que me basta
Um único olhar se temos
A eternidade?
É essa ausência dolorosa
Que cicatriza o medo
De amar
Sem tuas palavras aqui ecoando
Que o tempo seja justo
Comigo
E abrande a tua ausência
Que teima
Vamos falar sério
Por que essa dor me assola?
Essa ausência que rebate a prêmio
Não pode ser perene
Este é o fatídico fardo
Daqueles que entregam
A vida por um amor
Uma referencia, um ideal...
Isso me consome
Na imagem, no fervor
No calor da madrugada
Onde o sonho se adianta
Onde o exílio do descanso
É obscuridade
Onde os destemperos do ser
Se esquivam e se vão
***