A Mesma Sinfonia (07-10-08)
 
 
As mesmas águas, o mesmo toque, o mesmo olhar
Só existo com o toque mágico desse imenso amor
No regressar de tamanha graça espero ainda cavalgar
Sobre os mesmos gramados embriagantes de torpor
 
Se assim a vida permitir não há nada a queixar
Quero correr no horizonte selvagem desses jequitis
Sobre as mesmas brisas, os mesmos sons do mar
Brisas estas da doce terra onde nasci...
 
Colérico estou das entranhas aos poros
Da angústia derradeira que em mim palpita
Da incerteza de não estar no teu colo
Pois dele agora precisa essa alma perdida
 
Abraça-me, teu eu é meu eu absoluto
As mesmas praias, o mesmo sol que aquece
Aquela geada que resfria o vagabundo
O abastado, enfim, aquele que te faz prece
 
Sobre o manto do teu solo sou aquele que perece
Mas pena de amor, condicionante das recordações
O mesmo passo vai dar, pois finge que merece
No abandono febril, restam lamentações
 
Só lindas flores percebo sobre a campanha
O planalto não despreza, sinto o mesmo pulsar
O mesmo lar sonho então de barganha
Para o saudosista que jamais irá descansar
 
Não sou dono desses passos não são os mesmos...
Caminho de lamúrias que prefiro desdenhar...
Permita Deus que eu nunca saia daqui
E me perdoe se um dia aconteceres
 
Vivo pra te louvar, prever teus suaves aromas
Perfeitos em harmonia de eternos amantes
Na querência da riqueza que hoje chora
Pois agora mesmo sinto o mesmo vento
Aquele mesmo vento que me levou de lá...
 

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Adam Poth
Enviado por Adam Poth em 13/02/2012
Código do texto: T3496998
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