CHUVA
CHUVA
Chove...
E a terra ressequida, sequiosa,
Abre-se inteira
Para receber a água que cai.
E, como que, em múltiplos orgasmos
Exala seu cheiro de terra feliz, saciada.
Exala seu cheiro de fêmea fertilizada, repleta!
Ouço o som da chuva.
E o som da chuva soa aos meus ouvidos
Como cantiga de vida, cantiga de ninar!
Olho a vidraça...
E volto à infância,
Quando na água a escorrer
Eu via fantasmas, duendes, dragões;
Eu via castelos, fadas, princesas;
Eu via um mundo todo escorrer para o nada!