CHUVA

CHUVA

Chove...

E a terra ressequida, sequiosa,

Abre-se inteira

Para receber a água que cai.

E, como que, em múltiplos orgasmos

Exala seu cheiro de terra feliz, saciada.

Exala seu cheiro de fêmea fertilizada, repleta!

Ouço o som da chuva.

E o som da chuva soa aos meus ouvidos

Como cantiga de vida, cantiga de ninar!

Olho a vidraça...

E volto à infância,

Quando na água a escorrer

Eu via fantasmas, duendes, dragões;

Eu via castelos, fadas, princesas;

Eu via um mundo todo escorrer para o nada!

George Abrão
Enviado por George Abrão em 10/02/2012
Código do texto: T3492019