MANHÃS DE ORVALHO

Da juventude
não trouxe o que pude
ficou numa era...
Flores de outono
saudade de um sono
de antiga primavera.

Se restou uma flor?
Não.Morreu o amor
terminou a canção...
Acho, devia ter ido
ao mundo perdido
onde vive a ilusão.

Não tem um torpedo
mas á um rochedo
na minha frente...
Na audição tão fiel
o aviso da cascavel
balançando a mente.

Se vejo o futuro?
Está tudo escuro
não á luz no campo...
A visão que ofusca
em tudo que busca
no voo do pirilampo.

O que mais queria?
A rima para a poesia
para o passado rimar...
Montar um esquema
escrever um poema
de não mais sonhar...

Ninguém mais socorre
a saudade que morre
mas...Adianta viver?
A vida que se vai
fruto verde que cai
sem amadurecer...

Da lâmina do sabre
da visão que se abre
tudo pode acontecer...
Mas, fechou a gaveta
foi embora a letra
já não posso escrever...

Uma pequena mecha
na porta que fecha
permite me dizer...
Adeus, mundo de trabalho
adeus, manhãs de orvalho
agora posso morrer...
GIL DE OLIVE
Enviado por GIL DE OLIVE em 10/02/2012
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