AMBIGUIDADE EMOCIONAL
Despedidas são sempre doloridas,
Ver alguém que amamos partir e não se despedir
Comparo aos destroços de uma guerra n’ alma.
Vazio um poço sem fundo, cavado com as mãos,
Até esvair-se em cansaço, morto vivo.
Coração perfurado sangrando de dor,
Fera ferida procura abrigo da vida.
Despedida perdida dor sem saída,
Despedida assumida dor sentida,
Incerteza do reencontro para tanto,
Por outro lado a certeza do desencanto.
Pranto no pântano da despedida,
Sem saída sou fugitivo da dor.
Não quero despedida, nem ser fera ferida,
Intuitivo no meu instinto sigo o faro do amor.
O pássaro da esperança chegou nesta instância,
Levou-me para estação da sabedoria,
Disse-me chega de agonia, nostalgia,
Idas e vindas processo natural,
Não dá para alterar o curso da vida.
Somos antagônicos, o limiar acompanha as entranhas.
Melhor contabilizar bons pensamentos,
Fomentar bons sentimentos, espantar a dor,
Consolar o amor sonhador colecionador de flor.