AMBIGUIDADE EMOCIONAL

Despedidas são sempre doloridas,

Ver alguém que amamos partir e não se despedir

Comparo aos destroços de uma guerra n’ alma.

Vazio um poço sem fundo, cavado com as mãos,

Até esvair-se em cansaço, morto vivo.

Coração perfurado sangrando de dor,

Fera ferida procura abrigo da vida.

Despedida perdida dor sem saída,

Despedida assumida dor sentida,

Incerteza do reencontro para tanto,

Por outro lado a certeza do desencanto.

Pranto no pântano da despedida,

Sem saída sou fugitivo da dor.

Não quero despedida, nem ser fera ferida,

Intuitivo no meu instinto sigo o faro do amor.

O pássaro da esperança chegou nesta instância,

Levou-me para estação da sabedoria,

Disse-me chega de agonia, nostalgia,

Idas e vindas processo natural,

Não dá para alterar o curso da vida.

Somos antagônicos, o limiar acompanha as entranhas.

Melhor contabilizar bons pensamentos,

Fomentar bons sentimentos, espantar a dor,

Consolar o amor sonhador colecionador de flor.

Marta Cavalcante Paes
Enviado por Marta Cavalcante Paes em 07/02/2012
Código do texto: T3484779
Classificação de conteúdo: seguro