A nossa canção
Vem em longa distância,
Envolvendo minha alma
Como canção de adeus,
Tão triste melodia
Formando em mim lágrimas
Acariciando meu corpo.
Por que choro,
Não sei!
Por que de ti lembro,
Bem sei!
Cessa em mim o falar de ti
Que a minha alma sufoca.
Em tremor meu corpo permanece.
Ouço de tão longe suave melodia
Quem toca então a nossa canção
Não sei.
O ritmo chega a cores
E colorem a alma
Que por ti procura.
Por que choro não sei,
Sei da nossa canção a tocar,
Sei do nosso amor a findar.
Melodia tênue desaparece.
Cessa a música.
Não sei mais se ela existe.
Teria sido a saudade de ti,
Ou apenas uma vaga lembrança?
Serena parto
Sem ter a melodia a embalar-me
Mas a dor permanece.
Oh! Tão grande dor em meu ser a atormentar-me.
Meu ser é indivisível de ti.
Como posso partir?
E partindo,
Deixar-me-ei contigo?
Levar-te-ei comigo?
Volto os olhos em busca da nossa canção
Teria sido então apenas um crepúsculo a tocar-me?
Teria sido o vento cantarolando em meu pensar por ti?
Ah! Será inútil essa agonia.
Onde posso esconder tão grande dor?
Eis que surge o sol.
Tenho eu que partir
Continuar a vagar.
Ah! Tão triste permanece minha alma
Quando escuto nossa canção.
Agora sigo o meu caminhar
Em passo invisível.
Caminhada ora traçada pelo som do vento,
Ora marcada por nossas lembranças.
Alguém dentro de mim ouve a nossa música.
Alguém que minha alma mantém,
Na esperança que venhas
E meu caminhar detenhas.
Ouço então em mim a nossa canção
Volto a caminhar
A seguir
Sem saber como continuar
Ouço então a nossa canção
Que a minha alma permanece a embalar.