Ontem...

Quanto tempo já passou desde o último outono?

Não há recordações para se falar,

Apenas areia e mar...

Poderia viver as horas tão incomuns daquele dia,

Momentos que passavam sem serem percebidos,

E no fim do dia, sonhar com cada minuto.

Parecem que foram arrancados de mim,

Como se sua existência fosse apenas um sentido desconhecido,

Algo que faz minha memória olhar para a mesma direção,

Onde não se consegue adormecer...

O lugar da tênue linha entre os sonhos e os piores pesadelos.

Sinto-me atraído por esses pesadelos estranhos,

Haveria alguma resposta dentro deles?

Alguma palavra que pudesse explicar?

Poderia trazer de volta aquilo quem perdi?

Queria poder atirar-me nesse precipício,

Onde não poderia mais voltar,

E continuar me perguntando quanto tempo já passou desde ontem...

E alguma voz estranha poderia me dizer:

"Dias, meses, anos..."

Estaria lá se desejasse ir...

Ou buscá-la se realmente a amasse,

E só consigo correr para longe dela,

Mas a distância a torna mais perto de mim...

Paro... Para onde irei?

Queria poder ouví-la pela última vez,

Volto a correr...

Amanhã estarei ouvindo ela dizer: "adeus".

Gabriel Russelle
Enviado por Gabriel Russelle em 16/01/2007
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