SAUDADE

O sol poente no espelho deste rio

Faz refletir o vôo dum passarinho

E apenas o vento traz um assovio,

Enquanto o vazio me faz de ninho.

Os olhos marejados de lembranças

Ainda pensam que estais por perto

Vão te buscando pelas vizinhanças

Entre oásis que se fizeram deserto.

No alçar da vida, asas escondidas

Fere-me o brilho de foscas visões.

São vestígios de noites comovidas

Nos molhados lençóis de emoções.

É a metade que arrancaram de mim,

Deixando-me a dor e o sal deste ar.

Num porão gélido, escuro e sem fim,

Sou ente na corrente a se agonizar.

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Giovanni Pelluzzi

São João Del Rei, 30 de janeiro de 2012

Giovanni Pelluzzi
Enviado por Giovanni Pelluzzi em 31/01/2012
Reeditado em 12/02/2014
Código do texto: T3471325
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