Lá fora



Displicentemente, sentava-se à janela...
Em seu silêncio, olhava tudo o que via lá fora,
E durante horas, colocava-se a escrever.
E escrever... Sem lembrar-se das horas.

Quando a via assim, queria tanto poder lhe falar,
Mas, não saberia o que dizer, nem como começar...
Do seu silêncio, não raro ela me via,
Retribuindo a atenção daquele silêncio: olhava-me e sorria.

O certo é que tempos depois ela partiu.
Até hoje, sento-me à janela olhando tudo que há lá fora.
E, também colocado à escrever e escrever...
Na tentativa de captar o que esse silêncio deixou por dizer.

Revirando as poucas coisas que deixou, encontrei uma página
Em que dizia do quanto o meu silêncio lhe doía!
Dizia que queria me falar, mas...
Não saberia o que dizer e como começar.

Agora que olho tudo novamente, lá fora.
Percebo no coração o modo que me olhava e sorria...
Então displicentemente escrevo.
Escrevo com mesmo silêncio que tanto nos doía!

De Magela e Carmem Teresa Elias
DE MAGELA POESIAS AO ACASO e Carmem Teresa Elias
Enviado por DE MAGELA POESIAS AO ACASO em 26/01/2012
Reeditado em 26/01/2012
Código do texto: T3463324
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2012. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.