OS SINOS DE MENINO

Dos meus tempos de menino
ao ouvir batendo aquele sino,
lá longe, nos fundos do grotão...

O que representam me agora?
Só uma saudade que ainda chora,
que continua doendo, na recordação...

O que inspirava minha poesia,
os sinos, na hora da Ave Maria,
saudade louca, que nada ensina...

Hoje, já não devem mais lá existir,
mas os sons nunca irão sumir,
como a luz de uma lamparina...

Sei, uma lembrança um tanto brega,
mas que na minha memória esfrega,
o gosto amargo de antiga ilusão...

Que hoje, para a saudade revela,
os sinos, ao longe, batendo na capela,
foram suaves notas de uma canção...
GIL DE OLIVE
Enviado por GIL DE OLIVE em 24/01/2012
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