Eu fui tua em uma noite

Guardei o que você disse sussurrando ao meu ouvido,

guardei no peito para tentar esquecer a dor que bate na porta da saudade.

Dor sem remédio,

dor que não cessa,

dor que não tem pressa.

Pressa com efeito,

sem cura e sem defeito.

Amor constante para mim que não sei viver,

sonho torturante sem destino para acontecer.

Eu corro do meu mar,

eu fujo para o teu prazer,

eu me perco e me encontro sem entender porquê.

Não vá, fique mais.

Sinta o meu acalentar,

esquente o meu desespero,

abandone o teu cômodo,

faça nada mais fazer sentido,

corrompa o meu cheiro...

Esse cheiro suado daquela madrugada,

em que tuas mãos me tocaram,

tua paz me invadiu,

e a tua ofegante respiração me acudiu.

Noite encantada em que a lua fez amor com o sol,

noite que rompeu a manhã,

pois ali estava eu e você na conjugação do prazer.

Guardei o doce som da tua voz falando bem baixinho

o que somente eu precisava saber e ouvir...

guardei, para mais uma vez acalmar essa saudade do que fomos por instantes na memória do tempo,

porque jamais voltaremos a ser o que o universo registrou

em sua plena infinitude.

Ingrid Campêlo
Enviado por Ingrid Campêlo em 23/01/2012
Código do texto: T3457108
Copyright © 2012. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.