Serpente
Palavras que se arrastam graciosas
Nas areias brancas do papel
Versos que se escondem do sol
E te buscam feito presa
Quando a luz se vai
Lápis afiado, presas à mostra
Inoculam em tua lembrança
As alegrias e dores de uma vida
E escorrem da brochura
Quando a mão se cansa
Furtivos sonetos te tomam a vida
Quando a fome da criação explode
Garganta e corpo em expansão
Escamas que buscam o espaço da página
E do veneno não podes mais escapar....