PRETO E BRANCO
Neste rancho ermo, preto e branco,
entre heras, ruínas encobertas,
vê, por entre as frestas, minha vida .
Escuta o eco dos ruídos e nos estalos
o som de uma época tão querida .
Sente o abandono que ali mora e
caminha entre a grama já crescida .
Olha o galho caído, que ora seca,
no balanço da árvore que chora
a memória da alma já perdida.
Não sobe os degraus empoeirados
nem cruza esta porta entreaberta
pelo adeus mudo da partida.
É tarde, nada pode haver agora.
Não tenta sequer chamar por mim.
Rabisca, num contorno, a esperança
e retorna à tua vida iluminada.
Escreve meu nome na lembrança,
(Não contes porque vim.) e
volta teus passos para o mundo,
pisando em seus veios mais profundos .
Deixa-me nesta tapera tão sem cores .
(Deixa-me só.)
Só para chorar meu fim.(IDA)