Pranto Negro (Asterismo)





Era só uma maneira de pintar a casa:
cobrir com tinta a saudade que emanava sobre a parede.
A cada pincelada uma cor...!
De olhos negros e tristes  eu lembrava.
 
Um dia, sem que se faça o sorriso nos olhos da alma aflita,
Esvai-se a luz, num instinto da dor, com a pincelada de tinta...!
Por compaixão, cobrindo a imagem com um céu sem as nuvens,
E os tetos brancos mantendo a  solidão gritante.
 
O desconsolo mais precioso  da verdade é o contraste!
Nada se iguala quando se comparam os traumas entre  dois mundos:
Dela a lembrança mais viva a  me fazer chorar...
 E ela, em janela entre aberta, jamais me verá soluçar!
 
Tão intensos eram aqueles olhos, escuros e opacos 
Que nunca esconderam o brilho do amor! 
A solidão me faz ver estrelas em meu quarto sem apego,
Com o mesmo sorriso branco do meu pranto negro!
 
 
De Carmem Teresa Elias e De Magela
 

Carmem Teresa Elias e De Magela
Enviado por Carmem Teresa Elias em 22/12/2011
Código do texto: T3402008
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