BAÚ DE RECORDAÇÕES

No armário, tantos papéis antigos, fotos amareladas

quem neles toca, nada sente, nada vê, não dizem nada

só eu posso sentir em cada um, um pedaço de uma história

coisas que um dia sem que eu queira podem se esvair da memória

Guardados com carinho, amarelecidos pelo tempo já passado

emoções, que voltam enternecendo um coração cansado

lágrimas impressas que eu não pude ou não consegui evitar

umedecendo cada pedaço de papel, que o tempo não pôde secar

Páginas de uma vida guardadas no baú do tempo

são só restos esquecidos de uma vida ida

que eternizaram cada dia, cada momento

de uma história que nunca poderá ser repetida

É minha única riqueza, uma vida de lutas e sacrifícios

os amores que vivi, as saudades que guardei

fotos são fatos que não se perdem no tempo

fotos é um espelho, onde talvez antes, não me olhei

Cada uma traz uma lembrança, uma saudade

hoje, muitas nem parecem me retratar

talvez porque o destino assim preferiu

deixar apenas uma marca em meu lugar

Célia Jardim

Célia Jardim
Enviado por Célia Jardim em 07/01/2007
Reeditado em 07/12/2007
Código do texto: T339112
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