Talvez Um Dia...

Olho para um relógio na parede...

Há apenas ponteiros mudos.

O último dia de uma vida,

Que se acabará antes das suas palavras...

Queria tanto ouví-las,

Mas sua face está distante e fria.

Tento olhar nos seus olhos,

Falar algo que sei que não compreende,

Ou pelo menos fugir lembrando de seu rosto.

E imaginar andando pelos mares da morte,

Mares profundos e sombrios,

Onde suas palavras não me alcançam,

E seus olhos jamais poderão me ver.

Mas enquanto tiver as últimas horas de vida,

Andarei para longe dos vales,

Pelos caminhos que me levarão a você,

Mesmo que eles me levem a um canto perdido.

Tentando morrerei...

Olhando-a viver, poderei sorrir...

Despedindo-me de você, queria muito...

Enfim...

Apenas sua vida poderia trazer-me de volta,

Mas você está tão longe, não posso te ver...

Por onde estive todo esse tempo?

Hoje não poderia mais lembrar quando a morte me levou...

Apenas há uma lembrança,

Que te amaria se ainda vivesse,

E morrendo nesses mares, ainda procuro pelas suas palavras,

E sei que jamais as poderei ouvir...

Gabriel Russelle
Enviado por Gabriel Russelle em 05/01/2007
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