Talvez Um Dia...
Olho para um relógio na parede...
Há apenas ponteiros mudos.
O último dia de uma vida,
Que se acabará antes das suas palavras...
Queria tanto ouví-las,
Mas sua face está distante e fria.
Tento olhar nos seus olhos,
Falar algo que sei que não compreende,
Ou pelo menos fugir lembrando de seu rosto.
E imaginar andando pelos mares da morte,
Mares profundos e sombrios,
Onde suas palavras não me alcançam,
E seus olhos jamais poderão me ver.
Mas enquanto tiver as últimas horas de vida,
Andarei para longe dos vales,
Pelos caminhos que me levarão a você,
Mesmo que eles me levem a um canto perdido.
Tentando morrerei...
Olhando-a viver, poderei sorrir...
Despedindo-me de você, queria muito...
Enfim...
Apenas sua vida poderia trazer-me de volta,
Mas você está tão longe, não posso te ver...
Por onde estive todo esse tempo?
Hoje não poderia mais lembrar quando a morte me levou...
Apenas há uma lembrança,
Que te amaria se ainda vivesse,
E morrendo nesses mares, ainda procuro pelas suas palavras,
E sei que jamais as poderei ouvir...