SAUDADE - Para Tânia Menezes,do Recanto, com o meu mais fundo abraço
Flores da cerejeira cortada do meu olhar
já não me sei a estrangeira familiar.
Do quintal da casa em frente se evocavam eternidades
da Terra do Sol Nascente, no tempo que sempre morre.
A nossa rua tão longe, toda ao alcance do olhar
familiar e estrangeira rua ... Ah, flores da cerejeira...
Cortaram a árvore e a alma da casa em frente... cortaram
o sonho que vinha de longe para nos acalentar.
Venderam a casa despida da sua árvore antiga.
Ah, flores da cerejeira, os pássaros estão sem lar
e eu, nascida tão longe, assim vizinha de ti
minha amada cerejeira que já não estás nem és
senão na minha saudade, que é já saudade de mim
no meu olhar de imigrante, também em breve a partir.