VERSOS DE AREIA
Alaga-se no meu pranto
meu olhar que em ti passeia,
pois levaste todo encanto.
e o enterraste na areia.
Meu olhar mergulha fundo,
mas ondas dessa saudade,
sentindo as dores do mundo,
travestida em liberdade.
A liberdade restrita
que veio cheia de dor,
nas ondas tristes se agita
na despedida do amor.
E a dor avoluma o pranto,
no meu olhar se acendeia,
envolve a paz no seu manto,
o esconde escrito na areia,
não resta assim da alegria,
nem mais pequena fagulha
pois a saudade vazia,
encontra o pranto e mergulha,
e a noite de lua cheia...
que lembra os dias felizes,
se esconde em versos de areia,
nas sombras... negros matizes,
então meus olhos de outrora,
que viram dias contentes,
são turvos, tristes agora...
e choram os beijos ausentes.
Alagam-se no meu pranto,
meus versos em agonia...
o opaco som do meu canto,
desafinada poesia!