Sexto sentido
Tu não voltaras, jamais...
Eu sinto
No ar...
Nas paredes do meu quarto
Meu corpo arde,
Trepado em saudades
E pressinto:
É tarde demais.
meus olhos...
Meus olhos já choraram
Tudo o que poderiam chorar...
Meus pés já se cansaram
De procurar os teus,
Pela nossa cama...
Mas minha boca
Não perderá jamais,
O querer do teu hálito.
A minha mão, o toque de mãos...
O macio dos teus cabelos
Não esquecerei, jamais.
E o meu coração
E a minha emoção
Calaram-se...
Meus pulmões!
Ai, dos meus pulmões!
Cigarros e fumaça!
Ai de mim
Que procuro, no escuro,
A luz do teu ser
Que me embriaga de amor, agora...
E que procuro em todos a ti,
Que tanto amei!...
Feito índio,
Que vê, na mata,
O seu único abrigo...
E no sexto sentido
Pressinto
E não mais me minto
E não mais me sinto...
Sou fraco,
Franco,
Tolo
E forte,
Com essa dor
Tão cruel...
Mas,
É tarde demais...