TREM QUE NÃO PARA...
"Ai, quem me dera
que corresse mais !..."
Poema Simbolista
O trem me partia em dois
Ia para o velório de Meu Pai
Mantinha um Sorriso de Espe-
/ rança
___ mas como era difícil
por dentro de mim só havia noite
e mesmo queria que fosse assim
tentava vê-lo lá dentro
como uma estrela
Entre Nuvens de Amor,... talvez!...
/ fosse possível !...
E na verdade os dois deitáramos
/ no trilho pra
ver passar o Tempo
O mesmo___não sou ingrato!
/ ___ que nos cumulou
de doces presenças
Amargo
Amargo e triste como um desvio
na Vida
e a única alavanca que me
/ nutria__ na Vida!__
numa chave Mor...
com ( muita dor ! ...) está partida...
Vida Vida Vida Vida Vida Vida
tomo um "drink" forte:
___... o balanço do trem...___
Como naquele conto de Dalton
/ Trevisan o trem
apitava
na Noite ___reverberando em
/ dor todos aqueles ermos
e seu rastro de luz desdesenhava
/ toda a Trajetória Futura
Desejo de ir no trem até um
/ sem-final
chegar na Bahia
Ir até os ceus ou além deles,
Tudo agora Depois ou o Expresso
2222 até onde ele
me estava esperando, com bra-
/ ços abertos
e beijos
___tão só!...
A essa altura : amigos, minha
/ mãe, irmãs,
tios, sobrinhos estão
num círculo se fechando co-
/ mo pétalas em flor
a essa pérola
engastada no Anel de Deus
Maior que todos os Arco-Íris ...
O trem parece que para, mas
/ não parou
( A Casa que a tanto custo ele
/ construiu, lá, a Poesia
/ plantou uma Bandeira
___ eu a hasteio !...___
com essa profunda Liberdade
/ do Vento do Amor ! )
Lá estou eu ___ indo a seu en-
/ contro
O Amor diz tudo ___calei
___ dentro de mim... o apito
/ ___do Trem!...