A carta da saudade
Minha saudade,
Perdi-me tanto abrigo, sem carinho...
Não te esqueças de mim, como o teu vate;
Que me senti; vendo-te como o vinho
Cansado e jovem; antes que não mate.
Pelo carinho; que não há a vida,
Que o meu amigo era tão forte e caro.
Ele; como forçavas a arte erguida
O poeta, que foras o alvo raro.
Que eu sinto o fardo pelo bom passado,
Lembrar-me a boa amiga da volúpia?
Amo, se fores a paixão do lado;
Ela, pelo prazer que o tempo via.
Que não hei de inspirar; pelos deveres
Só que não tenho a vida; meus amigos
Para vagar os versos; se me veres,
Vou-me ao lirismo, pelos meus abrigos.
Como Camões, que nos meus corações
Escrevo, e os doces versos sem tristeza
Genial, em meus versos sem balcões;
Sim! Que é do meu desejo entre a beleza!?
O amor, a vida que nos vemos tudo!
Com que sejas o rojo da saudade,
Ó saudade! Ó calor que foi contudo!
Com coração e sem forte maldade.
Perdi-me o teu carinho que me adoras;
Como o poeta... Pelos teus abraços!
Que, ao meu amigo... Vejo-me as auroras!
Que eu sinto a tua falta, pelos passos.
Autor: Lucas Munhoz 21/11/2011