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ENTRE A CHUVA E A SAUDADE
(Sócrates Di Lima)
Uma cadeira vazia,
Balançando ao vento frio,
Sob o olhar uma vista fria,
Numa tarde de primavera sem alegria.
No peito um nó indissolvível,
Nos olhos uma lágrima fria,
Correndo a face imóvel,
Nos lábios o sal da nostalgia.
E a chuva fina derrama,
Numa tarde sóbria que chora,
Ouço minha alma que chama,
O tom da alegria que foi embora.
Uma cadeira solitária,
No vai e vem da saudade que esperneia,
O tempo não volta,e na vontade imaginária,
O coração em chama incendeia.
Então fica apenas a dor que rasga,
Que corta quando a tarde invade,
Trazendo as lembranças que não se apaga,
Uma cadeira vazia, entre a chuva e a saudade.
Entre o céu e a terra, a vontade,
Entre as montanhas e a janela, uma cidade,
Entre a janela e a chuva, uma cadeira com ansiedade,
Entre a chuva, eu, Basilissa e a saudade.