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SAUDADE DE VOCÊ
(Sócrates Di Lima)

Eu sei...
Cada dia se faz mais distante,
A esperança que deixei,
Como um livro guardado na estante.

Eu sei, os dias não são mais iguais,
Que o tempo segue seu destino,
E o que passou, não volta mais,
Faz triste o coração deste homem menino.

Há lá fora um tempo infinito,
E aqui dentro, um vazio esquisito,
Um querer que se faz aflito,
Que o silêncio abafa o meu grito.

É uma coisa perceptível,
Conhecida pelos olhos meus,
Algo do tipo, assim, indescritível,
Esta saudade dos olhos seus.

Posso até ser exagerado,
Mas, por traz da minha tênue expressão,
Há algo que me tolhe e me faz rassapiado,
Que aperta e sangra o meu coração.

Então posso dizer sem me questionar,
Que aqui no ninho onde me recolho e seu coração vê,
Meus olhos incansáveis parecem me fazer chorar,
Não sei porque, quiçá é esta saudade de você.

Esta saudade de mim,
De nós...
Esta saudade sem fim,
Que embarga a minha vóz.

Então, Basilissa, olha bem fundo dentro de mim,
Proste-se diante desta tela e diga,
Que embora tenha chegado ao fim,
A saudade de mim, também lhe castiga.