Próxima estação: saudade
Eis que irrompe, ao abrir das portas, Ele
Com seu sempre cínico e atraente sorriso,
um indefectível perfume barato e tão seu.
Ele ainda me desperta os piores sentimentos
Com habitual simpatia, comprimenta-me cortez
Ostentando, com simples palavras, sua boca
Aqueles lábios dos quais já conheço o sabor,
tão doce fel, insípido mel, enérgico torpor.
Insano desejo me invade o peito, saudade atroz
Vejo lembranças ingênuas do que nunca fomos
e amnésias perversas do que, outrora, fora vital
Arrepia-me sentir tão intenso querer
De dormir nua contigo nesta noite fria
Depois do vinho, depois do amor