Ameixeira

Ameixeira de antes

no semi silêncio igual.

Pretendo o mesmo

sabiá

aninhando-se nessas

árvores

que já foram minhas,

ainda que outro muro

delas me separasse.

Ruídos de folhas caídas

repetem os sons

que embalavam

o que eu sonhava.

Repetem a cantiga

que Nana cantava

enquanto o aconchego

de seus braços

afastava o que

eu temia (e tanto eu

preciso desse canto

que nunca mais ouvi).

Mandala da vida

em eterno ir e vir.

Sons, cores, cantigas

de tantos anos

no momento agora.

No verde, ali fora.