E pelos meus restos de dias, eu te amo desde agora

Escorrendo pela face um choro de saudade

E dentro do peito uma triste canção sem palavras

A alma se estilhaçando contra as paredes da razão

E os cacos sendo lançados fora

Assimétricas poesias sendo desconstruídas

Como desconstruída se acha vulnerável a minha alma nua

Fúnebres versos flutuam em minha mente

Sucumbida pela dor e pelos espinhos de saudade sua

As flores feneceram em meu jardim

Na lareira da minh’alma nem sequer cinzas se podem achar

As taças estão sangrando com o caudaloso vinho

Que na boca é o vinagre que é amargo-cítrico ao degustar

Sou o vampiro com crise de abstinência

Sem hemofilia, sem jugular, sem alimento

Sou o lobo voraz que perece sem carne

Sou o ratinho indefeso, a saudade uma cobra de mil venenos

Sou um grito entre montanhas

Ecoando no vale da minha soluçante alma abatida

Amor, nada sou se não a tenho

Nada tenho, sem ti, minha vida

Acalma-me e seja meu sangue

Seja meu vinho, minha carne, meu alimento

Seja meu pulso, minha taquicardia

Minha jugular, em quem me alimento

Deixa-me ser o que repousa em teu regaço

Nesse teu colo desejado, no teu calor

Deixa-me provar do néctar, da tua doçura

E na minha ternura te dar meu amor

Eu me entrego como quem está cansado

Eu a ti me rendo como quem está abatido

Ser-me-ás por esposa perpétua

Ser-te-ei, por perpétuo marido

Ser-me-á por cobertura, coroa e coluna

Ser-te-ei por cabeça e vestidura

Serei rei e você rainha

E o amor será nosso reino que para sempre perdura

Amada, eu te amo e isso é tudo

Nada há que mais se esclareça

Sem ti nada sou, tenho ou posso

Contigo, ainda que pareça impossível, acredito que aconteça

Meus anos se baseiam em tua vida

Meu futuro está claro na memória

Meus sonhos e neles você está contida

E pelos meus restos de dias, eu te amo desde agora

FidelisF
Enviado por FidelisF em 11/11/2011
Código do texto: T3329402
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