Amargo

Transponha-me dessa indiferença ambulante

Para esse sentimento errante,

Uma euforia que se dissipa em retrocesso,

Distorcendo o foco do meu recente progresso.

Saudade conforta,

Muito além de meu carinho que comporta

Meu sentimentalismo.

Disfarço cinismo,

Faço piada da saudade amarga,

Mas no silêncio desfaço minha retaguarda.

Minha emoção!

Saudade infame,

Do que deixei de ser,

De quem fez minha voz estremecer,

Fazendo-me e

Pode fazer renascer.

E antes mesmo

Da primeira vez que vi aquele corpo,

Guardava a esmo um amor meio louco

Dentro de meu lirismo meio torto,

Quando desejava sempre mais um pouco

Dissipar a saudade que eu portava desde sempre,

A mesma saudade inconformada e ardente

Da memória que dissolve o meu pesar.

Saudade de amar.

Fernanda Vogt
Enviado por Fernanda Vogt em 08/11/2011
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