Amargo
Transponha-me dessa indiferença ambulante
Para esse sentimento errante,
Uma euforia que se dissipa em retrocesso,
Distorcendo o foco do meu recente progresso.
Saudade conforta,
Muito além de meu carinho que comporta
Meu sentimentalismo.
Disfarço cinismo,
Faço piada da saudade amarga,
Mas no silêncio desfaço minha retaguarda.
Minha emoção!
Saudade infame,
Do que deixei de ser,
De quem fez minha voz estremecer,
Fazendo-me e
Pode fazer renascer.
E antes mesmo
Da primeira vez que vi aquele corpo,
Guardava a esmo um amor meio louco
Dentro de meu lirismo meio torto,
Quando desejava sempre mais um pouco
Dissipar a saudade que eu portava desde sempre,
A mesma saudade inconformada e ardente
Da memória que dissolve o meu pesar.
Saudade de amar.