O primeiro dia em que me vejo só
O primeiro dia em que me vejo só
Marcos Olavo
Grande é a minha tristeza,
Apelidada de dores famintas,
Acusada do levar sem ter crime,
Numa acusação penosa.
O melhor cai nas velhas casas,
Que o pobre vento desaba sem força,
Na defesa em uma madeira sem dinheiro,
Tendo o pior dia pra contar.
A carta para minha amiga,
Escrevendo nessa terça de feira,
Numa espera na queda pra quarta,
Vendo receber teu olhar falado.
Recebo visitas sem tomar um convite,
Tomado um improviso qualquer,
Entre a noite cansada,
Entre o dia avisado.
A grade de um tempo envolve,
Cada fechada da chave jogada,
Em um buraco cavado,
Pelo o terror de suas frases.
Vi tudo perder o fim em mim,
Neste feliz novembro a deitar,
Nas dez faltantes semelhantes,
Pedido apenas algo afora.
Exagero às vezes com você,
Falando dos meses cantares disparados,
Que não conhecem o fim das linhas,
Nem querem saber desse desejo.
Contudo, há alguma cidade precisa.
Eu amarro a minha existência,
Na realizar desses azuis destinos,
No Shakespeare que sou.
Deito em teu colo com esse pedido,
Que venha fazer a melhor companhia,
Na fala dos curiosos na fila,
De qualquer arruaça.
Sei que vai compreender,
O meu viver dessa casa minha,
Que alimenta um lar de poesias,
Em bosques verdejantes.
Encontre meu prazer misteriosa mulher,
Nessa onda que você fez no olhar,
Sentada em uma pequena saudade,
Esquecida de tudo e de todos.
Anseio pela sua apertada hora,
Achando a minha casa de campo,
Visto meus poemas em dias longos,
Na face de um nome de aroma,
Que é você bela mulher.
Escrito por: Marcos Olavo