terra partida
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Amo-te
mesmo quando há mor te
do tempo em nós
e o frágil mundo da poesia
ao amor se oferece idealizado
Amo-te onde o sereno é o mar,
mar de revoltas e revoltos ventos,
feito voltas que dou em volta do meu medo
em silêncio e espanto.
Feito um cão mendigando achar-se.
Amo-te nos desafios da certeza
- a que faltou existir, a quimera.
Sou incompleto, incoerente, inseguro...
Estou sempre no mergulho do que é transe,
buscando nos vazios de teus vagos
amar-te a negação, desterrado,
no desterro da nau que sem pátria
ateia-se fogo e se exila.
Minha terra em partida,
minhas faces perdidas.
Patricia Porto