SAGA NORDESTINA
O sol inclemente castiga a terra
Meu Deus quem me dera uma nuvem passar
Quem sabe molhando esta terra rachada
Pudesse eu uma roça plantar
Mas só vejo poeira e galhos retorcidos
Meu Deus que destino é este que me dá
Meus filhos partindo para a terra distante
Prometem, mas sei, nunca mais vão voltar.
E eu sem saída por aqui vou ficando
Até minha velha quer também viajar
Chorando ela diz: quem sabe o destino
Nos dê melhora em um outro lugar.
Procuro a vaquinha na seca paisagem
No meu desespero fico a murmurar
Ao longe urubus anunciam seu fim
Não sei se reclamo ou me ponho a chorar.
Somente o cachorro ainda me acompanha
Não importa pra ele onde quer que eu vá
Quando para e me olha parece que diz:
Velho companheiro aqui é o meu lugar.
E é nestas horas que fico calado
Sem nada dizer e nem mesmo pensar
E se a cascavel me mordesse agora
Nos braços da morte eu queria estar.
Mas este parece não é o meu destino
Até a cascavel se mudou de lugar
Será que partiu fugindo pra sempre
Da seca inclemente que quer tudo matar.
Se é bem assim eu até compreendo
E me arrependo - eu a queria matar
Será que o bom Deus está me dizendo
Que eu mude também para um outro lugar.
Volto pra casa cheio de tristeza
E digo pra velha, nós vamos viajar
Parece que Deus mandou um aviso
Não tem mais jeito de a gente ficar.
Parto sem destino, mas prometo eu volto
Porque tudo isso vai um dia acabar
Vou plantar um roçado no meio do nada
E que seja por sorte só pra me vingar.
Vou trazer os filhos e os netos também
Pois eu quero que vejam onde é meu lugar
Cheio de fartura, alegria e festa
Desta gente modesta que vive a sonhar.
E o que dizia o velho Conselheiro
Espero um dia presenciar
Da terra ressequida se arranca até peixe
Porque na profecia o sertão virou mar.
Vou tirar a viola do velho rabicho
E minha história em versos vou cantar
Chega de tristeza e da sorte malvada
Que a gente cantava só pra se lamentar.
E a noite de lua que eu tinha perdido
Encontro de volta no mesmo lugar
Agora eu canto e a viola acompanha
Lua como esta não tem noutro lugar.
E de manhãzinha vou até o roçado
É tanta fartura que me ponho a chorar
Meu Deus te agradeço por tanta riqueza
Não deixa a tristeza um dia voltar.
Agora me despeço, contei a história
A Saga Nordestina não pode parar
Só espero que um dia tudo seja verdade
Porque o Nordeste merece sonhar.
O sol inclemente castiga a terra
Meu Deus quem me dera uma nuvem passar
Quem sabe molhando esta terra rachada
Pudesse eu uma roça plantar
Mas só vejo poeira e galhos retorcidos
Meu Deus que destino é este que me dá
Meus filhos partindo para a terra distante
Prometem, mas sei, nunca mais vão voltar.
E eu sem saída por aqui vou ficando
Até minha velha quer também viajar
Chorando ela diz: quem sabe o destino
Nos dê melhora em um outro lugar.
Procuro a vaquinha na seca paisagem
No meu desespero fico a murmurar
Ao longe urubus anunciam seu fim
Não sei se reclamo ou me ponho a chorar.
Somente o cachorro ainda me acompanha
Não importa pra ele onde quer que eu vá
Quando para e me olha parece que diz:
Velho companheiro aqui é o meu lugar.
E é nestas horas que fico calado
Sem nada dizer e nem mesmo pensar
E se a cascavel me mordesse agora
Nos braços da morte eu queria estar.
Mas este parece não é o meu destino
Até a cascavel se mudou de lugar
Será que partiu fugindo pra sempre
Da seca inclemente que quer tudo matar.
Se é bem assim eu até compreendo
E me arrependo - eu a queria matar
Será que o bom Deus está me dizendo
Que eu mude também para um outro lugar.
Volto pra casa cheio de tristeza
E digo pra velha, nós vamos viajar
Parece que Deus mandou um aviso
Não tem mais jeito de a gente ficar.
Parto sem destino, mas prometo eu volto
Porque tudo isso vai um dia acabar
Vou plantar um roçado no meio do nada
E que seja por sorte só pra me vingar.
Vou trazer os filhos e os netos também
Pois eu quero que vejam onde é meu lugar
Cheio de fartura, alegria e festa
Desta gente modesta que vive a sonhar.
E o que dizia o velho Conselheiro
Espero um dia presenciar
Da terra ressequida se arranca até peixe
Porque na profecia o sertão virou mar.
Vou tirar a viola do velho rabicho
E minha história em versos vou cantar
Chega de tristeza e da sorte malvada
Que a gente cantava só pra se lamentar.
E a noite de lua que eu tinha perdido
Encontro de volta no mesmo lugar
Agora eu canto e a viola acompanha
Lua como esta não tem noutro lugar.
E de manhãzinha vou até o roçado
É tanta fartura que me ponho a chorar
Meu Deus te agradeço por tanta riqueza
Não deixa a tristeza um dia voltar.
Agora me despeço, contei a história
A Saga Nordestina não pode parar
Só espero que um dia tudo seja verdade
Porque o Nordeste merece sonhar.