Estradas de Espinhos

Precisava encontrá-la sem mais delongas,

Ela que me abandonara na rua da amargura

Debaixo de espessa chuva numa hora escura,

Permitindo que intenso amor entrasse em coma.

Sozinho por estradas de espinhos a vagar,

Aqui e ali tropeçara e me vira no chão,

Retalhos de poeira infectaram meu coração

Através de uma brisa peçonhenta que vinha do mar.

Já não era solidão o que em mim existia,

Nem tampouco caricaturas de inútil fantasia

Que se desenharam na passarela de minha mocidade...

Fora uma perspectiva rara de maus pressentimentos

Que inundara a volúpia carente dos meus sentimentos

Deixando-me órfão e com saudade da própria saudade!

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Ivan Melo
Enviado por Ivan Melo em 29/10/2011
Código do texto: T3305223
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