N O R T I S T A

Da triste partida,

Noite mal dormida,

Desgosto da vida,

De um eterno penar.

Deixar o torrão,

Sem água e sem pão,

Adeus meu sertão!

Nunca mais vou voltar.

Depois de alguns dias,

E a barriga vazia,

É mais uma fantasia ...

São Paulo é o lugar.

Ainda assustado,

O pobre coitado,

Se sente acuado,

Pois quer trabalhar.

O trabalho demora,

Aí tudo piora,

Viver de esmola,

É duro aceitar.

Mas nordestino é forte,

Quando deixou o Norte,

A Deus pediu sorte,

A vida há de melhorar.

Quase sem esperança,

Deus traz a bonança,

E feito criança,

Começa a chorar.

Pois um emprego consegue,

Por mais que se negue,

Em suas mãos está entregue,

Um novo recomeçar.

É uma vida sofrida,

E a triste partida,

Jamais esquecida,

"Seu Luís" faz lembrar.

A todo nortista,

Por suas conquistas,

Vocês são artistas,

Aqui quero saudar.

Ailton Clarindo
Enviado por Ailton Clarindo em 22/10/2011
Reeditado em 18/01/2012
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