N O R T I S T A
Da triste partida,
Noite mal dormida,
Desgosto da vida,
De um eterno penar.
Deixar o torrão,
Sem água e sem pão,
Adeus meu sertão!
Nunca mais vou voltar.
Depois de alguns dias,
E a barriga vazia,
É mais uma fantasia ...
São Paulo é o lugar.
Ainda assustado,
O pobre coitado,
Se sente acuado,
Pois quer trabalhar.
O trabalho demora,
Aí tudo piora,
Viver de esmola,
É duro aceitar.
Mas nordestino é forte,
Quando deixou o Norte,
A Deus pediu sorte,
A vida há de melhorar.
Quase sem esperança,
Deus traz a bonança,
E feito criança,
Começa a chorar.
Pois um emprego consegue,
Por mais que se negue,
Em suas mãos está entregue,
Um novo recomeçar.
É uma vida sofrida,
E a triste partida,
Jamais esquecida,
"Seu Luís" faz lembrar.
A todo nortista,
Por suas conquistas,
Vocês são artistas,
Aqui quero saudar.