ll. Ao AnJo dE oLhoS aZuiS .ll
Tu* estiveste distante,
Sabias(-me) também
ReVoAdA...
Mas somos almas aladas,
Quase infantes,
Somados donos das madrugadas...
Em meu caminho errante
Todas as nuvens caladas
- tão densas e acinzentadas -
Roubaram meus olhos pesados...
...agonizantes...
E vi das baças janelas
Tuas formas angélicas,
Minhas formas gélidas
E um passo entre nós...
Portas, escadas, pontes,
Memórias e ecos distantes,
Palavras dissonantes,
Concreto a se dissipar...
Mas quando ergo o olhar
Estás tu sempre em guarda...
E teus olhos glaucos cintilam
Em tons tais celestiais
Que resgatam e rutilam
Meus olhos verdes mortais...
E o peito retumba esperança
Tal como fora a criança
Que outrora deixaste correr...
É por que há diferença
E a diferença é o cimo a gritar:
Tua grandeza, meu rastejar...
Dá-me tuas mãos caridosas
Beijo-as e planto-lhes rosas
Pelo perdão que estás a doar...
Sabes, meu anjo, és gigante
Enquanto à mercê sou ambulante
Desta vida que pisoteia meu ser...
Sabes, meu anjo, és brilhante
E sem teu brilho
Meu rumo haverá ser perecer...
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* Também sinto falta de ti.