AMOR DE VERÃO
Ontem à tardinha quando o sol morria,
Ruborizava esse céu sem dimensão!
De tu! aura roxa luz resplandecia,
e coloria de paz meu coração!
Fitando a noite a brilhar cheia de encanto,
entre as estrelas e a lua que nascia,
com as minhas liras afoguei-te em pranto,
e este teu pranto afogou-me em nostalgia!
Nossos olhos num relance se cruzaram,
e em silencio nossas almas se entenderam!
Nossos lábios em delírio se tocaram,
e nossos corpos no pecado se arderam!
O teu cabelo prateado pela lua,
qual manso lago refletia o meu desejo!
E em tua pele acetinada e toda nua,
colei meus beijos sem remorsos e sem pejo!
E mergulhamos no amor da madrugada,
qual almas gêmeas abraçadas de emoção!
Num sussurro te dizia: Minha amada,
num lamento respondias: Coração!
Pela manhã, quando outro dia já nascia,
Dourando o céu de beleza e encantamento,
tu não me olhaste e eu não disse o que sentia,
mas a saudade eternizou nosso momento!
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