Pelos meandros da dor
Há
Uma lua tão cheia, querendo iluminar
Uma noite feia, querendo amedrontar
Um sonho perdido nos meandros da dor
Há
Um sorriso triste que só quer singrar
Um punhal em riste querendo esventrar
Tudo quanto o sonho quer escrever, amor
Há
Um cais que tem escrito apenas chegada
Mil ais que aflitos pela noite assombrada
Vão vertendo preces de sua emoção
Há
Um barco à deriva para lá da enseada
Uma chama viva que está apagada
Apenas com penas queimando o coração
Há
Um tempo desfeito por puro prazer
Um coração eleito pelo real querer
Uma vontade imensa de não desistir
Há
Um amor-perfeito que quer batalhar
Num tempo imperfeito, teimando singrar
Para que não se acabe o mais belo existir
Há
Um corpo rosado em acácias de neve
Tão imaculado, que não se quer breve
Para eterno tem tantas condições
Há
Alma apaixonada só querendo cantar
Afiada adaga só querendo matar
O melhor que há em dois corações