ERMIDA DO VALE
Bem me lembro quando por ali passava
De longe eu ouvia o sino tanger...alegre badalava
Sempre na hora da Ave Maria...
Coincidência ou não o pássaro preto aparecia.
Ah ! Tardes morenas de minha terra
Onde o sol deita-se em beleza atrás da serra
Deixando nas nuvens matizes de cores
Num último doirar das flores.
E quando o sino calava
O pássaro alegre cantava
E quem por ali passava
Nem que fosse por pouco tempo parava.
O vale ladeado de flores .de negro se cobria
Até que a lua a sorrir o negro prateava
E o vento de longe perfumes trazia...
Tudo isto me encantava.
O tempo passou e o sino se calou
A velha ermida de mato se cobriu
O eremita pra outro mundo partiu
Só o cantar do pássaro preto restou.
Canto triste a inundar o vale
Parece uma prece...uma doce oração
Que aos céus se eleva em canção...
Só peço que em meu peito esta saudade se cale..
imagem/Google