Sentimentos do mundo

Intactos eram os campos por onde andei
Vasta ambição em sua imensidão eu via
Sumiram os jacarandás roxo, branco e amarelo
De onde vinha o oxigênio dos meus primeiros dias.
 
As palhoças envelhecidas findaram-se,
Desfez-se a natureza, dela restou só à beleza
Da infindável magia.
 
O galo não canta mais, se foram meus madrigais,
O que fazer se hoje choro sozinho
Nos confins da lembrança que não se desfaz?
 
Não ouço mais o “Boi da Cara Preta”, “Alecrim Dourado”
“As Mocinhas da Cidade” e as cantigas de rodas
Que embalavam sonho de infância.
O Deus, quanta esperança de um mundo melhor!

Silencio-me nesta cidade que tanto amor me deu,
Ouvindo estampidos nas favelas, onde a paz
É apenas sonho que o sentimento escreveu.
R J Cardoso
Enviado por R J Cardoso em 09/10/2011
Reeditado em 10/10/2011
Código do texto: T3266154
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