O QUE SINTO
Caminhava pela praia
Areia branca, mar azul
Pés propositalmente descalços
Olhar ingênuo, deslumbrado.
Bela paisagem, sons divinos
Espírito e corpo em sintonia
Mão afagando a matéria
E a alma afagando o peito.
De repente, algo me atinge
Causando-me imensa dor
Por fora, mar sereno
Por dentro inundação.
Alucinações recorrentes
Intrigantes sensações
Às vezes paz
Às vezes inquietação.
Lembranças me invadem
Pessoas fazem-se presente
Algumas lágrimas, alguns sorrisos
E só depois a dor se finda.
Fica apenas uma imagem
Na mente, faz-se um retrato
Tão belo quanto a praia
Tão nítido quanto o brilho do sol.
No olfato, um perfume familiar
No coração, um calor confortável
No corpo, um abraço amigo
Na alma, um acalanto maternal.
Num impulso, fecho os olhos
Buscando uma resposta de Deus
Então o vento sopra-me baixinho:
Acalma-te menina
O que sentes é só saudade.