Velha estrada.
Por trás da serra aponta o sol devagarinho
Vem de mansinho a clarear o amanhecer
Velho ribeiro atravessa a mesma estrada
Belo regato! Vivi sempre a correr.
As flores sobre os campos se baldeiam
A brisa mansa beija as pétalas coloridas
O velho desce a ladeira de um passado
Cantarolando alguns versinhos de amor.
Cheiros de flores se esparramam no caminho
A natureza se desnuda sem pudor
Dançam as arvores com um coro de passarinhos
Na sinfonia de um vento que chegou.
A curva esconde a velha casa abandonada
Desarrumada pelo o tempo que passou
Tem nas janelas ainda que desbotadas
Ali cravadas as marcas de um amor.