Alforrio

Não sou dada

a canção de cisnes

Falsa leitura

do que é óbvio

Minha fala

é tão quieta

Só quem está perto

é quem acerta

E me tira desse vazio

No dia em que cismes

Minha vontade

é tão lerda

E nesse instante

eu me denuncio

Porta entre aberta

senti teu olhar

Tão suave canção

dele me aproprio

Tua voz tão linda

marcante lavradio

Onde anda o poeta

sua ausência me afeta

Da tua vida

nunca me renuncio

Pronuncio, recrio, repatrio

Tua presença em minha mente

Meu corpo é tua nação

meu senhorio

Teu poderio

e em palavras me alerta

Frutos da tua boca

e nisso me sacio

E pra sempre

te reverencio

Ainda quero

te parar nesta estrada

e com dolo me alforrio