Falta que faz

Eu não sei o quanto a saudade

Tem algo de insanidade

De capricho, auto piedade...

De doença ou teimosia

Sofrimento que invade

Criando uma imensa vontade

De ter mesmo sem saber se o deseja aquele ser

Alvo de tanta agonia

Sentimento egoísta

Com quem sente e com os demais

Que desobedece à risca

E a toda regra desfaz

Desloca a gente do ambiente

Em que esteja fisicamente

Desejo de transportar-se tele cineticamente

Para lá incontinente

Como bruma envolvente

Líquido em busca dos caminhos

Luz que penetra no ninho

Aconchego permanente

A saudade é a negação

A privação do querer

Abstenção compulsória

Que o acaso faz viver

Uma abstração concreta

Idealização sem lastro

Veloz corrente incerta

Exílio em eterno claustro