Que fim de mim aqui ?
Que fim de mim, aqui... ( ? )
Vertem tantas coisas,
de tuas pedras,
de tuas paredes,
de tuas ruinhas,
agora, grandes,
imponentes, algumas.
Alegria..., nenhuma.
Outrora, sim,
falavam do jardim,
éra para poucos,
não éra para mim,
não sei por quê...
Ainda hoje sonho contigo,
tenho um caso sério,
é contigo.
Fiz apostas,
cri,
vi,
depois..., muito depois...
Antes, éra pouco,
éra muito de choro.
Teus vales tem charme,
tua terra é pálida,
parda já é agora,
tua gente, também.
Teus velhos estão pálidos,
esqualidos,
doentes,
envenenados.
Tuas moças estão bonitas,
assanhadas,
aparadas,
bem pintadas.
Fazem gracejos,
fazem faculdade,
estão faceiras,
de novas ondas,
de modas novas.
Entrementes, não te confio.
Vivo, por isso, escondido,
de ti mesma,
de medo de mim mesmo,
dentro de tuas adjacências.
Pequei, é verdade,
não foi por maldade.
Frequentava tuas esquinas,
buscava meninas,
daqui, do chão ,
enfuriava-me com outra,
que se foi...
Ah...
Via de longe o cinema,
a música que precedia,
ambiente de anemia,
pobres diabos sem guia,
bobos, quantos...,
eu também,
todos lá...
Pandorgas,
histórias de cordas,
namoricos,
paixões devassadoras.
Éra no patio da estação,
tempo de emoção,
lugar de combinação,
de acomodação,
de manobras de trens,
que tempo...
Que contratempo,
agora...
Não temos mais esse charme,
da plataforma,
dos chefes de trem uniformizados,
de bonezinhos armados,
pilhas de lenha,
pilhas de dinheiro,
pilhas de emoção,
lugar de pilhar o coração.
Vivo pouco, é vocação.
Não sei viver,
mas, lembro bem,
do cinema,
dos bares, dos porres,
das dores de cotovelo.
Vivia nos teu cruzamentos,
lentos,
nuns bares de outros,
de outras partes...
Fazem sucesso, agora,
fazem pequenas fortunas.
Vieram para cá...,
e,
fizeram miscelânea,
deram-nos ânimo,
sangue novo,
batizado,
sangue de ânimo.
Via-te majestosa,
tuas quadras grandes,
por isso grandiosas.
A da paroquia,
a Praça,
que graça.
Ali me emendei,
uma vez era de cabelo curtinho,
era Alda,
alva, querida,
me queria.
Doutra vez foi outra,
d`outra vila,
também me queria,
até hoje.
Obrigado Joana,
Terezinha,
Catarina,
Maria Jose,
mas,
chega de buscapé,
das bombas que chamam,
para as festas nossas,
de casamentos,
ajuntamentos.
Não suporto teus sinos,
Jerusalem.
Tempo velho, passado,
sinais de fumaça,
só prá anunciar desgraça.
Sorte para a morte...
Chega desse sino,
desses buscapés,
dessas bombas...,
é hora de emergir,
de progredir.
Te elegi assim,
minha.
Fui egoista,
fui às festas tuas,
bati palmas,
cantei baixinho,
chorei.
Acreditei no teu povo,
ó Rio Azul,
Jerusalém, Meca.
Daqui saí,
para cá voltei.
Saí de novo,
um pouco só...,
de vez em quando...
Te amo e te odeio,
minha vida, meu esteio.
Seguras minhas mãos,
dás firmeza à meus pés,
dá-me ar puro,
me prendes aqui,
é o cheiro do Marumby,
que queres de mim ...( ? )
Se, aqui, só vejo fim...
Um verbo não prospera,
és-me uma quimera,
sem solução,
nem uma canção,
por isso te amo e te odeio.
Mas,
Que fim de mim, aqui ?
Teobaldo Mesquita