ALENTO
Talvez um dia não seja mais a dor,
véu a cobrir a inquietude das mãos
de quem sangra versos,
consumido pela cicatriz da palavra
que não pode ser pronunciada.
Talvez um dia não seja mais o silêncio
a resignar-se aos lábios do indisível,
e possam os cristais de todas as letras,
refletirem-se sem qualquer receio,
nos olhos de quem se fez apenas saudade.
Talvez um dia sem que se perceba,
seja o acalanto da mansuetude,
a rabiscar na música do destino,
notas que cantem a vida
de quem escolheu, o sentir como caminho.
No súbito sopro do vento do presente,
abraço as vagarosas e tênues lembranças.
Eis meu indefectível alento.
Talvez um dia não seja mais a dor,
véu a cobrir a inquietude das mãos
de quem sangra versos,
consumido pela cicatriz da palavra
que não pode ser pronunciada.
Talvez um dia não seja mais o silêncio
a resignar-se aos lábios do indisível,
e possam os cristais de todas as letras,
refletirem-se sem qualquer receio,
nos olhos de quem se fez apenas saudade.
Talvez um dia sem que se perceba,
seja o acalanto da mansuetude,
a rabiscar na música do destino,
notas que cantem a vida
de quem escolheu, o sentir como caminho.
No súbito sopro do vento do presente,
abraço as vagarosas e tênues lembranças.
Eis meu indefectível alento.