SITUAÇÕES

Quando escrevo qualquer coisa,

Seja um poema , um conto ou uma crônica.

Sou levado por um juvenil e ingênuo narcisismo,

inexplicável dom de criar situações,

nesses momentos breves de alheamento,

como se eu fosse feito só de sentimento.

Que depois de caminhar sem destino

pelas ruas de minha cidade,

eu sentasse num banco de praça

e refletisse que todas aquelas pessoas

a meu redor têm um nome,

uma história e uma vida

com significado de sentido

como se nunca houvessem existido.

Assim como as palavras que escrevo.

Cujo destino é serem lidas

e, mesmo se não forem,

apenas permanecessem.