Coisa de mulher...

A noite cai...e carrega consigo tudo que se foi vivido..sob a luz do dia e bem na hora da Ave Maria..os sinos tocam..as aves não mais gorjeiam...revoam silentes a procura de abrigo...assim como eu..elas buscam o calor de seus ninhos...o acalento de seus companheiros..afim de se recarregarem...do labor do dia...

A noite cai...e a escuridão tece seu mando ardiloso sobre os meros mortais...as sombras dedilham lentamente...sobre cada rosto carcomido pelo labor do dia..vivido...e trazem pra junto de mim uma dama inoportuna e desdenhosa a saudade...

Meu coração febril silaba...o nome dele......e numa percussão exagerada...no meio do meu cérebro cansado seu nome replica...num afã inesperado..fito seus os olhos nos olhos de outros..

Sinto seu cheiro na brisa do alvorecer...ludibriada sob o encanto deste fenecer..

Esmorecem-se as pernas...enrrubressem as faces...dilatam-se as pupilas...rebumbam as fibras do coração...tudo delegado ou melhor engatilhado pelos acordes da saudade...pela lembrança da paixão..

Penso em ti e a alma me desobedece...o pensamento vagueia...o corpo esmorece....e meus dedos traidores incondicionalmente digitam os dígitos de minha perdição...e eu novamente...fico a mercê desta desolação...

A mulher inteligente esvai-se e a pueril se apodera de mim...assim absorta saco o celular..

Segundos me separam do que quero...teclas são agora atalhos pra tocar as fibras daquele coração tinhoso...milésimos de segundos são agora horas...de pura penitencia e solidão...

A maquina inútil não cumpre a minha ordem...uma voz seca e pudica...replica...apos o sinal deixe seu recado...grito num repente de indignação!

Desligo irada pois aquela estranha esta mais perto do alcance dele do que eu..

Sinto –me impotente...fatigada....atordoada...pelo afã frustrado de me anilar no seu coração...

Só seriam algumas poucas palavras...e um pouco de uma cálida atenção...

Logo uma lagrima irrequieta...me molha a destra...sinto-me pueril...fragilizada...

Um aperto no peito me sufoca e num atônito suspiro deleto seu nome..como se quisesse puni-lo...bani-lo de minha mente de meu tolo coração...

Nestas horas sou tola impulsiva...temendo a mais tenebrosa de todas as feridas...a duvida de uma afeição...ou o medo de que nosso antigo sonho tenha se convertido numa pudica educação.

Olhos de Falcão
Enviado por Olhos de Falcão em 21/09/2011
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