A RUA DA MINHA INFÂNCIA

Lá longe escuto um grito:

“Ó Silviiiiiinooooo!”

Ecoa fundo em meus ouvidos

E vejo de novo aquela rua.

“Mãe!” “Que foi menino?”

“Vou brincar na rua do Silvino!”

“Já fez o dever de casa?”

“Vê lá e não se atrasa!”

A Pinga era a cachorra

Da minha infância querida.

Era cachorra quieta,

Mas no Batata lascou uma mordida.

Trepada ficava no muro

Como outro cão nunca vi.

Passando ali de bobeira

Zé Batata ficou sem orelha.

A “Rua dos Cataventos”

Da infância de Mário Quintana

Estava eu deitado lendo

Sonhando com minha rua também.

As ruas naqueles tempos

Não tinham seus nomes próprios,

Tinham os nomes dos colegas

Das peladas e dos imbróglios.

Foi bom lembrar, foi bom...

Ai Quintana, que danado,

Seu poema iluminou meu passado,

Obrigado, obrigado, obrigado...

rub levy
Enviado por rub levy em 19/09/2011
Reeditado em 02/07/2015
Código do texto: T3228331
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