E NEM É AGOSTO...
Hoje a ventania é forte…
Prenuncia o outono.
Não acostumo-me com este “fora de lugar” que ronda-me.
... Na minha terra… ventos só em agosto.
São apenas para levar para longe desgostos.
Os daqui… trazem.
Novos e antigos.
Não um “daqui”… de localização.
Poderia estar na África, na Ucrânia… talvez na China.
O outono seria o mesmo.
Eu não estaria em casa. E não seria agosto.
Africanos, Ucranianos, Chineses e Brasileiros.
Todos num mesmo “saco xenófobo” que alguns guardam consigo.
Com uma glória asquerosa, falida e cheia de vaidades…
Que leva a humanidade ao caos.
Fico assistindo… E não tenho “saco”…
Gosto do igual.
Não da igualdade medíocre e utópica.
Mas gosto do igual.
Do igual da Criação Divina ou da ciência de Darwin… tanto faz.
Mas com tanto que seja igual.
Hoje amanheci com saudades de casa.
Sou forte. Sou guerreira. Sou Mulher.
Aprendo isto com os índios… primo-donos da minha casa.
Hoje amanheci querendo andar de tanga e falar em tupi-guarani…
E não ser compreendida por ninguém… Graças a Deus!
Hoje eu amanheci lamentando a “civilização”.
Ci vi li za ção… Civilização?
Hoje amanheci com saudades de "casa".
Hoje amanheci cansada do homem.
E de mim também.
"Bichos escrotos... saiam dos esgotos..."
Karla Mello