GOSTOSA SAUDADE
(Sócrates Di Lima)
Manhã suave,
Dia lindo,
Molho de chave,
A saudade abrindo.
Rindo o dia se levanta,
Já meio tarde,
O Sol espanta,
A ansiedade.
A espera,
bate á porta,
Como a primavera,
Que o inverno corta.
E o desejo guardado,
Pingo de chuva,
Mil vezes multiplicado,
Me veste feito luva.
É a saudade,
Que toca com vontade,
Invade,
Num toque de caridade.
Ela me chama,
No pensamento,
Algo inflama,
Meu sentimento.
Eu a chamo,
Trago assim,
Grito te amo,
Dentro de mim.
E esse grito ecoa,
Vai lá distante,
Feito ave voa,
Pássaro gigante.
Vai buscar por lá,
Minha Maria,
E do lado de cá,
O verso faz poesia.
Feito pra ela,
Nesta manhã de domingo,
É a saudade dela,
Que não esta dormindo.
E na voz silenciosa,
Que a mente produz,
Faz imagem graciosa,
Na saudade que reluz.
Prosas de mim,
No verso que me inspira,
O dia chegará ao fim,
Nesta saudade que suspira.
Saudade que exponho,
Em cores de flores e alegria,
Nas mãos o despertar do sonho,
Cores de primavera no seu bom dia.
Então minha manhã canta,
No sonido da saudade que me atiça,
E meu coração se agiganta,
Nesta saudade gostosa de Basilissa.