SUSPIROS POÉTICOS
Oh! Suspiros poéticos que me enfadonha
E por mais que eu tente fugir, mais estais ao meu lado.
E o que eu quero é: sonhar o que os outros sonham
Mas, por tí estou sempre derrotado.
Vence-los?! – Oh! Que ironia mais cruenta
Quanto mais reagirmos mais nos domina
E não há no mundo pessoa que agüenta
Estes suspiros que, na alma, nos fascina.
Mas tu – Oh! Suspiros poéticos por que?
Não fostes alegre, contente comigo?
Alegre, contente eu sou e você não vê?
Que me deixaste triste, sem amor e abrigo?
Talves esqueceste de que sou alegre e contente
E deixaste em mim as tristezas que tinhas
Para que brote neste mundo como semente
-Às amostras das saudades minhas. –
Lamentos, amores, dores, melancolias deixei!
Em todos os versos que fiz sem querer
E agora dos suspiros quero uma lei
Para poder, sempre alegre viver.
Viver alegre, contente é impossível querer
Pois o domínio que deixaste é triste,
E a alegria em meu ser não pode conter
Pois tirastes de mim tudo de bom que existe...
Oh! Sinto sim quando estou derrotado
Pois sinto que meu ser esta novamente eufono
Sinto a volta deste abandono
Dentro do meu coração tão magoado...
Mas magoar-me de que? – Se estou só
Sem ninguém ao meu lado, sem amor.
Ninguém de mim tem pena, nem dó
Para socorrer-me deste meu desamor.
Mas isto vai acabar quando? – Quando?...
Não sei. – Estes suspiros são teimosos
Tirou-me a musa que eu estava amando
E colocou-me num altar – a dos dolorosos. –
E hoje os suspiros eu tenho como herança
Pelo domínio que me superou sem o fracasso
E, eu fracassei – já não tenho mais esperança –.
Pelo tanto que lutei – já sinto o cansaço.
E não consegui vencer este meu suspiro
- Tão forte como o tédio que contenho
- Tão fraco como o amor que tenho
- Tão tenebroso como os versos que inspiro...
E estes suspiros poéticos me enfadonha
Como um mal sem remédio
Pois deixaste esta sede medonha
De beber, dos suspiros, os tédios.
E como louco mil vezes implorei
Para deixar-me e não consegui
Mil vezes louco por implorar fiquei
Por ninguém sofre o que por tí sofri...
Mas se tu fostes alegre, contente?
Porque deixaste, em mim, a tristeza?
Será que poderia deixar-me nova semente
Para que eu possa expressar a natureza?
Mas és impossível, tu não tens mais alegrias.
- Pois destes aos outros – e pra mim só a tristeza
Da herança que seu penar sofrias.
E eu não – mas agora sofro sem a certeza.
Que sofrerei por toda a eternidade
Pois o que deixaste em meu viver
Já não tem mais o rancor e sim saudade
De não saber mais amar ou viver...
E se um dia tu me deixares na alegria
Eu sofrerei, pois só vivi no desamor.
E se possuir ficarei a lamentar, dia após dia.
Sem conseguir livrar o pesar dissabor.
E se um dia tu me veres sorrindo
É que o deixei e peguei o amor estético
Mas, meu peito esta sempre se abrindo...
Para você, oh! Malignos suspiros poéticos!...