SERIA SAUDADE?
Clara da Costa
Naquele silêncio incômodo,
a emoção abandona seu rosto,
um vazio toma conta,
o mundo fica, subitamente, sem significado.
Uma melancolia tenebrosa,
como uma capa invisível,
passou por ela
e a fez suspirar cansada.
Sombrio e cinzento
estava seu semblante,
como a chuva que caia lá fora,
umedecendo seus olhos.
Seria saudade...?
do perfume que ficou tatuado no seu corpo,
daqueles momentos que abriu-lhe até a alma,
como se fossem rasgar a sua solidão?
De repente, a chuva e o vento,
sopram seus tumultuados pensamentos,
que voam com seus secretos sentimentos.
E...ela se põe a bailar na chuva,
corpo e alma nus,
ciente que não pode ludibriar o destino...